Substituição Tributária: proposta prevê redução de 60% da MVA para empresas do Simples Nacional

17 de agosto de 2010



Depois de três reuniões técnicas, representantes da Secretaria da Fazenda, do Conselho Regional de Contabilidade (CRCSC), do Sescon Grande Florianópolis e das entidades empresariais definiram uma proposta para garantir às empresas enquadradas no Simples Nacional a mesma carga tributária que vigia antes da implantação do regime de Substituição Tributária, adotado em 1º de maio. A sugestão – que ainda precisa passar pela aprovação do Cofem (Conselho das Federações Empresariais) – prevê a adoção de uma redução de 60% da Margem de Valor Agregado (MVA) para aquisições feitas dentro de Santa Catarina. Produtos adquiridos de outros Estados não teriam o benefício da redução. 


Pelos cálculos do diretor de Administração Tributária da Secretaria da Fazenda, Edson Fernandes Santos, o imposto a ser pago pelas empresas do Simples, na maior parte dos produtos, será inferior ao praticado antes da ST. “É uma boa proposta, que demonstra maturidade e revela a seriedade com que a questão vem sendo tratada. Além disso, torna mais interessante a aquisição de mercadorias dentro do Estado, ajudando a economia local”,  disse. Se for acatada pelo Cofem, a nova sistemática passará a valer a partir de 1º de setembro, atingindo 28 mil das 144 mil empresas enquadradas no Simples em Santa Catarina, englobando 14 setores com aproximadamente 444 mercadorias diferentes.


Quando as reuniões começaram, a primeira ideia era estabelecer alíquotas fixas, que seriam calculadas com base na média dos percentuais pagos pelas empresas enquadradas no Simples, que variam de 1,25% e 3.95%. A ideia, porém, foi colocada de lado, pois esbarrava na legislação federal, que proíbe os Estados de criar novas alíquotas.


Durante a reunião, o vice-presidente de Administração e Finanças do  CRCSC, Adilson Cordeiro, solicitou à Secretaria da Fazenda a adoção de uma guia única para as empresas informarem o valor do imposto devido na compra de mercadorias vindas de Estados não signatários dos protocolos de Substituição Tributária de Santa Catarina, a exemplo do Paraná, São Paulo e Rio Grande do Sul. 


O diretor Edson Fernandes afirmou que a Secretaria vai estudar, a pedido do CRCSC, a possibilidade de aceitar uma declaração, listando todas as notas fiscais, o que permitiria o registro do valor total em uma única guia. Para o presidente do CRCSC, Sergio Faraco, a guia única seria um alívio e simplificaria muito a vida do empresário e do profissional da contabilidade.


Representando as entidades empresariais, participaram da reunião o gerente institucional da FCDL/SC, Ademir Ruschel, e o assessor jurídico da entidade, Rodrigo Titericz. Pelo Sescon Grande Florianópolis, estava presente o contador Tadeu Pedro Vieira, coordenador  do Núcleo de Contabilistas da AEMFLO e CDL-SJ. 


Novo encontro deve acontecer nesta terça-feira, para definir o assunto.


* Márcia Quartiero – Assessoria de Comunicação CRCSC