Pirataria pode ser combatida com redução de impostos

8 de setembro de 2008







A cada quatro brasileiros, três consomem produtos piratas, segundo pesquisa realizada pela Fecomércio do Rio de Janeiro. Entrevista feita com mil moradores, em 70 cidades brasileiras, aponta que 53% dos entrevistados adquiriram DVD pirata em 2007. No ano anterior, apenas 35% eram a favor da compra desse tipo de produto.
As informações são de Maria Inês Dolci, coordenadora institucional da Pro Teste, colunista da Folha e responsável por um blog da Folha Online. Ela diz que o pior é que todos sabem que adquirir um produto falsificado está associado ao crime organizado e à sonegação de impostos.
“Comprar produtos sem nota fiscal, para driblar a estúpida carga tributária brasileira, significa, entre outras coisas, não ter direito à troca, à assistência técnica. E, mesmo que o vendedor clandestino ofereça garantias, ao comprar tal produto se estará estimulando o submundo dos negócios”, explica.
A Advogada comenta que não se sabe qual tipo de atividade o contrabando financia, mas há indícios de que entre eles estejam o crime organizado, o tráfico de drogas, e as vendas de armamentos. “Está passando da hora de nos mobilizarmos, como sociedade civil, para exigir dos políticos a redução das cargas tributária e fiscal”, declara Dolci.
Para a colunista, impostos civilizados reduziriam os atrativos do contrabando, mas governo algum gosta de cobrar menos impostos, taxas e contribuições.
“O Conselho Nacional de Combate à Pirataria, órgão ligado ao Ministério da Justiça, quer tratar a pirataria como um problema ético. Mas, para convencer o consumidor que o produto original é um bom negócio, ele precisa ter motivos, como acabar a desconfiança quanto ao destino dos impostos e um efetivo combate à corrupção”, afirma a advogada.
(FONTE: FOLHA ONLINE)