Pequenas empresas têm pontualidade de pagamentos recorde

25 de outubro de 2012

A pontualidade de pagamentos das micro e pequenas empresas (MPEs) atingiu em
setembro o maior patamar desde o início da divulgação do índice da Serasa
Experian, em janeiro de 2006.

No mês passado, o indicador chegou a 95,9%.
Isso significa que, a cada 1.000 pagamentos realizados por essas empresas, 959
foram quitados à vista ou com atraso máximo de sete dias.

Em relação ao
mesmo mês do ano passado, a pontualidade de pagamentos das MPEs avançou 0,6
ponto percentual.

De acordo com a Serasa, setembro costuma ser o mês de
maior pontualidade de pagamentos das micro e pequenas empresas no ano.

O
valor médio dos pagamentos pontuais cresceu 11,6% na comparação com setembro de
2011.

A pesquisa é feita pela Serasa Experian com base nos pagamentos
efetuados, mensalmente, por amostra de cerca de 600 mil micro e pequenas
empresas.

Conscientização

Para Paulo Feldmann,
presidente do Conselho da Pequena Empresa da Fecomercio SP, o aquecimento da
economia e a queda dos juros são os principais fatores da maior pontualidade das
empresas.

“A inadimplência sobe quando as vendas caem”, diz.

Ele
também observa uma maior conscientização do empresário sobre os riscos do
endividamento.

“Os anos de taxas de juros muito altas ensinaram ao
pequeno empresário que ele deve fugir de banco, só recorrer a eles em último
caso”, diz.

Além disso, Feldmann diz que, em geral, os bancos consideram
que as pequenas empresas têm um risco maior. Por essa razão, acabam oferecendo
serviços menos atrativos para as MPEs.

Bons
Pagadores

O presidente do Sebrae Nacional, Luiz Barretto,
destaca que a pontualidade está acima de 90% desde 2006, o que demonstram um
perfil de bons pagadores das empresas do segmento.

Ele destaca que as
firmas que estão em dia com seus pagamentos têm melhores condições de planejar
seu crescimento.

“Com a previsão do cadastro positivo de entrar em vigor
em janeiro de 2013, o histórico de adimplência será considerado na avaliação de
riscos, o que deve reduzir os juros dos financiamentos bancários”, afirma
Barretto.

* Folha de S. Paulo