País é o menos competitivo entre os emergentes

18 de outubro de 2012

Enquanto a área fiscal das empresas que atuam no Brasil tem ganhado
importância estratégica dentro nas companhias, o país ainda arca com a quarta
maior carga tributária no segmento corporativo, sendo uma exceção entre os
países emergentes, segundo um ranking de competitividade feito pela consultoria
KPMG. Ao contrário de emergentes como Índia, China, Rússia e México, que têm
potencial de crescimento e estão entre os cinco mais baixos custos fiscais do
ranking, o Brasil está entre os países tributariamente menos competitivos da
lista. Enquanto os outros emergentes têm alguns dos mais baixos custos fiscais
do mundo, o Brasil ficou bem atrás, na 11ª posição de uma lista composta pelos
14 países com maior competitividade fiscal. De acordo com o estudo Competitive
Alternatives 2012, Special Report Focus on Tax (Alternativas Competitivas de
2012, relatório especial: foco nos tributos) da KPMG International, as empresas
instaladas na Índia, que está em primeiro lugar, pagam cerca de 90% menos
tributos que as empresas brasileiras. Entre os 14 principais países presentes no
estudo, o Canadá foi o melhor classificado entre os países desenvolvidos,
ocupando o segundo lugar. Em seguida, o Reino Unido aparece na sexta posição, e
a Holanda em sétimo. Todos eles oferecem custos fiscais totais mais baixos que
os Estados Unidos, que ficou na 8ª posição.

Os maiores custos fiscais predominam em partes da Europa (Alemanha, Itália e
França) e Ásia-Pacífico, como Austrália e Japão. Na verdade, quando o assunto é
construir um cenário facilitador para a competitividade, o Brasil ainda está
muito atrasado em diversos quesitos tanto na comparação com as demais nações
emergentes como em relação a outros países da América Latina. Segundo o
Relatório Doing Business — documento confeccionado pelo Banco Mundial e
atualizado anual-mente —, o desempenho brasileiro no que se refere ao incentivo
à competitividade ocupa o 126º lugar (em uma lista de 183 países), ante a 120ª
colocação em 2011. Em quase todos os indicadores do ranking do Banco Mundial o
Brasil piorou na comparação entre os relatórios de 2011 e de 2012. Houve
melhoria expressiva apenas no sistema de informação de crédito, que passou a
permitir que agências de crédito privadas possam coletar e compartilhar
in-formações positivas

* Brasil Econômico