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IPCA: inflação fica em 0,54% janeiro, maior para o mês desde 2016

10/02/2022

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país, ficou 0,54% em janeiro, após ter registrado taxa de 0,73% em dezembro, segundo os dados divulgados nesta quarta-feira (9) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Apesar de ter desacelerado pelo 3º mês seguido frente ao mês anterior, “foi o maior resultado para o mês de janeiro desde 2016 (1,27%)”, destacou o IBGE.

O índice de janeiro foi impactado principalmente pela alta dos preços de alimentos (1,11%) e pelo recuo nos transportes, com destaque para a queda nos preços da gasolina (-1,14%), do etanol (-2,84%) e das passagens aéreas (-18,35%).

IPCA - inflação oficial mês a mês — Foto: Economia g1

IPCA – inflação oficial mês a mês — Foto: Economia g1

Nos últimos 12 meses, o IPCA acumula alta de 10,38%, acima dos 10,06% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores. Apesar da aceleração, a taxa acumulada segue abaixo da registrada nos meses de outubro e novembro.

A taxa de janeiro de 2022 ficou levemente abaixo da mediana das projeções de 42 instituições financeiras e consultorias, ouvidas pelo Valor Data, de uma expansão de 0,56%.

IPCA - Inflação oficial acumulada em 12 meses — Foto: Economia g1

IPCA – Inflação oficial acumulada em 12 meses — Foto: Economia g1

Veja o resultado para cada um dos grupos pesquisados

  • Alimentação e bebidas: 1,11%
  • Habitação: 0,16%
  • Artigos de residência: 1,82%
  • Vestuário: 1,07%
  • Transportes: -0,11%
  • Saúde e cuidados pessoais: 0,36%
  • Despesas pessoais: 0,78%
  • Educação: 0,25%
  • Comunicação: 1,05%

Transportes, que possui o maior peso do IPCA, foi o único dos 9 grupos de produtos e serviços pesquisados pelo IBGE a ter queda em janeiro.

Alimentos pesam, e café acumula alta de 56,87% em 12 meses

A maior variação mensal veio de artigos de residência (1,82%), com destaque para eletrodomésticos e equipamentos (2,86%), mobiliário (2,41%) e TV, som e informática (1,38%).

A maior pressão, porém, veio dos aumentos dos preços do grupo alimentação e bebidas (1,11%), que teve o maior impacto no índice do mês (0,23 ponto percentual).

“Foi a alimentação no domicílio (1,44%) que influenciou essa alta. Mais do que a alimentação fora do domicílio, que desacelerou de 0,98% para 0,25%”, explicou o analista da pesquisa, André Filipe Almeida.

Os principais destaques de alta entre os alimentos foram as carnes (1,32%) e as frutas (3,40%). Além disso, os preços do café moído (4,75%) subiram pelo 11º mês consecutivo, acumulando alta de 56,87% nos últimos 12 meses. Outros destaques foram a cenoura (27,64%), a cebola (12,43%), a batata-inglesa (9,65%) e o tomate (6,21%).

Segundo o IBGE a disparada no preço do café é explicada por geadas que prejudicaram a última safra e por expectativas de menores estoques globais em 2022.

Alívio no preço dos combustíveis

A desaceleração da taxa mensal do IPCA é explicada principalmente pelos custos de transportes, recuou 0,11%, após subir 0,58% em dezembro. Os preços dos combustíveis tiveram queda de 1,23%.

Além da gasolina e do etanol, houve recuo no preço do gás veicular (-0,86%). O óleo diesel (2,38%) foi o único a subir em janeiro. Outros destaques de recuo nos preços foram transportes por aplicativo (-17,96%) e o aluguel de veículo (-3,79%).

Já os preços do gás de botijão (-0,73%) recuaram pela primeira vez após 19 meses consecutivos de alta. Em 12 meses, o botijão ainda acumula alta de 31,78%.

“Não fosse a queda dos combustíveis a alta teria sido maior uma vez que oito dos nove grupos apresentaram alta na margem”, destacou o economista-chefe da Necton, André Perfeito.

Vale lembrar que a Petrobras reajustou o preço do diesel e da gasolina no dia 12 de janeiro e que a alta do preço internacional do barril de petróleo continua mantendo um viés de alta para os preços dos combustíveis.

No acumulado em 12 meses, o diesel ainda tem alta de 45,72% e a gasolina, de 42,71%. Já o etanol acumula um salto de 54,95%.

Inflação afeta 73% dos itens pesquisados

A inflação foi um pouco menos disseminada em janeiro do que em dezembro, mas segue atingindo a maioria dos preços. O índice de difusão passou de 75% para 73%. O indicador reflete o espalhamento da alta de preços entre os 377 produtos e serviços pesquisados pelo IBGE.

À exceção de Porto Alegre (-0,53%), todas as áreas pesquisadas registraram alta no IPCA em janeiro. A maior variação ocorreu no município de Aracaju (0,90%). Em São Paulo, a taxa foi de 0,63%.

Para Felipe Sichel, estrategista-chefe do banco Modalmais, a surpresa foi a alta nos preços livres. “De modo geral, seguimos interpretando a composição do IPCA como desfavorável. Tanto os industriais quanto os serviços ficaram acima do esperado, com medidas subjacentes visivelmente pressionadas em ambos setores. Dada a permanência dos gargalos globais de oferta, ganhos de mobilidade e contaminação dos núcleos, enxergamos continuidade dessas pressões nos próximos meses”, avaliou.

INPC foi de 0,67% em janeiro

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que calcula a inflação para famílias de menor renda, teve alta de 0,67% em janeiro, abaixo do resultado do mês anterior (0,73%), também maior variação para o mês desde 2016 (1,51%).

O IBGE calcula a inflação oficial brasileira com base na cesta de consumo das famílias com rendimento de uma 40 salários mínimos, abrangendo dez regiões metropolitanas, além dos municípios de Goiânia, Campo Grande, Rio Branco, São Luís, Aracajú e de Brasília. Já o INPC se refere às famílias com rendimento monetário de 1 a 5 salários mínimos.

Inflação deve estourar teto da meta pelo 2º ano seguido

Analistas têm avaliado que a inflação tende a permanecer acima dos 10% por mais alguns meses ainda.

De acordo com a última pesquisa Focus do Banco Central, o mercado financeiro estima um IPCA de 0,85% em fevereiro e de 0,51% em março.

A previsão do mercado para a inflação fechada de 2022 está em 5,44%. Com isso, a expectativa é de estouro do teto do sistema de metas pelo segundo ano seguido. A meta central para o IPCA deste ano é de 3,50% e será oficialmente cumprida se o índice oscilar entre 2% e 5%.

Com a nova elevação da Selic anunciada na semana passada, o Brasil passou a ter a maior taxa mundial de juros reais, isto é, quando se desconta a perda pela inflação.

O Banco Central indicou na ata da última reunião do Copom que o próximo aumento da taxa básica de juros, em meados do mês de março, será menor. Na interpretação de diversos analistas, porém, um ritmo mais lento de elevação da Selic, não significa uma pausa iminente. O Itaú, por exemplo, passou a projetar que o ciclo de aperto monetário terminará com a taxa Selic em 12,50% ao ano, e não mais em 11,75%.

Para 2023, o mercado financeiro projeta uma inflação de 3,50%. Para o próximo ano, a meta de inflação foi fixada 3,25%, e será considerada formalmente cumprida se oscilar entre 1,75% e 4,75%.

G1

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