Horário de verão diminuirá demanda de energia entre 5% e 5,5%

10 de outubro de 2012

O horário de verão, que começa no próximo dia 21 nas regiões Sul, Sudeste e
Centro-Oeste e mais o estado da Bahia, trará uma diminuição da demanda de
energia nos horários de pico entre 5% e 5,5%, dando maior estabilidade ao
sistema elétrico, mas não representará redução da conta de luz para o
consumidor.

A avaliação é do professor Reinaldo Castro Souza, do
Departamento de Engenharia Elétrica do Centro Técnico Científico da Pontifícia
Universidade Católica do Rio de Janeiro (CTC-PUC-Rio).

O professor
explicou, em entrevista à Agência Brasil, que a ideia do horário de verão é
aproveitar a iluminação solar e diminuir o uso da iluminação artificial. Quanto
mais próxima a pessoa está do Hemisfério Sul, mais luz solar tem. O contrário
ocorre para quem se encontra próximo ao Equador.

No verão, a ponta do
sistema elétrico tende a ficar muito carregada no horário que se estende das 18
horas às 21 horas, principalmente no horário de pico, quando a iluminação
pública é ativada e as pessoas vão para suas casas, ligam a televisão e
aparelhos de ar condicionado. “A demanda de energia é muito alta nesse período”.
Com o horário de verão, não há a coincidência de uso de energia, principalmente
de iluminação pública, destacou Reinaldo Castro Souza.

Para os
consumidores residenciais, considerados de baixa tensão, o professor explicou
que nenhuma melhora na conta, em termos financeiros, é percebida durante o
horário de verão. Os consumidores continuam usando energia, mas apenas deslocam
esse uso. “Você apenas está ajudando o sistema elétrico brasileiro e o Operador
Nacional do Sistema (ONS) a não ter que ligar termelétricas e fazer altas
manobras para gerar mais energia”.

Para o sistema, segundo Souza,
verifica-se uma redução da demanda. “Há uma queda, nesse período mais crítico,
em torno de 5% da demanda. A potência demandada pelos consumidores vai ser menor
nesse horário de ponta. As estimativas ao longo dos anos são em torno de 5% a
5,5% de redução de demanda. Mas o consumo praticamente fica o mesmo,
principalmente para os consumidores de baixa tensão”. Ressaltou, porém, que a
diminuição da demanda é registrada somente nos dias quentes, quando a
luminosidade natural é forte. Nos dias nublados e com chuva, a diminuição é
zero.

O professor da PUC-Rio disse que para a indústria e o comércio,
dependendo da tarifa que têm contratada com a distribuidora, pode haver algum
ganho porque vão estar economizando nesse horário de ponta.

Souza
insistiu que para a massa de consumidores de baixa tensão essa economia
inexiste. O benefício para o consumidor consiste em ter um sistema com menor
risco de desabastecimento. “Você passa a ter uma confiabilidade melhor. Ou seja,
há mais chances de o seu fornecimento não ter interrupções. A qualidade da
energia melhora”, disse.

* Agência Brasil