Grupo debate crédito para microempreendedores individuais

29 de agosto de 2012

Reunião no Ministério da Previdência também tratou de inadimplência,
alteração e baixa desses negócios.

Integrantes do grupo de trabalho
responsável pela implementação do Microempreendedor Individual (MEI) se reúnem,
na próxima quarta-feira (4), para debater evolução, gargalos e propor
alternativas para ampliar o acesso desses empreendedores ao crédito.

A
decisão foi tomada nesta quarta-feira (29), em reunião no Ministério da
Previdência e Assistência Social (MPS). A medida leva em conta avaliações sobre
a necessidade de linhas de financiamento que ofereçam menos burocracia e mais
agilidade na concessão de empréstimos, como o programa Crescer, do governo
federal.

Outro ponto avaliado foi a pesquisa feita pelo Sebrae sobre o
perfil do MEI – de março a abril de 2012, com mais de 11,7 mil empreendedores –
apontando que a maioria, 90%, não busca empréstimos. Dos 10% restantes, 52%
conseguem o financiamento, na maioria das vezes, em instituições financeiras
privadas, embora os bancos públicos sejam os mais procurados com esse
objetivo.

“É preciso reforço dos bancos públicos para oferecer crédito
aos microempreendedores individuais”, defendeu o secretário-executivo do
Ministério da Previdência, que preside o GT, Eduardo Gabas. Ele disse que o MEI
é prioridade do governo federal e destacou a importância do financiamento para a
formalização e sustentabilidade desses negócios.

Luiz Barretto,
presidente do Sebrae, que também integra o GT, afirmou que a instituição poderá
aprofundar a pesquisa sobre o acesso dos MEI ao crédito para contribuir com
melhorias no atendimento a esse segmento. Ele explicou que, normalmente, o MEI
não tem a cultura empresarial e enfrenta dificuldades na hora de buscar
informações e crédito, “pois ausentar-se do trabalho para isso significa fechar
o negócio no período”. Barretto defendeu alternativas que simplifiquem a vida
desses trabalhadores.

Na reunião também foram debatidos ajustes no Portal
do Empreendedor (www.portaldoempreendedor.gov.br), página eletrônica onde é
feita a formalização do MEI. A previsão do Ministério do Desenvolvimento,
Indústria e Comércio Exterior (MDIC) é que até o fim de novembro o
Microempreendedor Individual poderá fazer alteração e baixa do negócio por meio
do site.

Inadimplência

Balanço do MPS junto à
Empresa de Tecnologia e Informação da Previdência Social (Dataprev) aponta, em
julho, dos mais de 2,3 milhões de MEI registrados, cerca de 1,1 milhão pagaram a
taxa fixa mensal. Isso corresponde a uma taxa de inadimplência de
51,7%.

O MEI paga uma taxa fixa mensal de 5% sobre o salário mínimo para
a Previdência Social mais R$ 1 de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e
Prestação de Serviços (ICMS) ou R$ 5 de Imposto sobre Serviços de qualquer
Natureza (ISS), dependendo da sua área de atuação. Assim, garante os benefícios
da formalização, como registro no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ),
emissão de nota fiscal, além de cobertura previdenciária como aposentadoria por
idade após contribuição por pelo menos 15 anos; salário-maternidade, com no
mínimo dez meses de contribuição, e auxílio-doença, com um ano de contribuição.
O Ministério da Previdência prevê para setembro uma campanha informando esses
trabalhadores sobre os benefícios de estar em dia com esse
pagamento.

* Agência Sebrae de Notícias