Governo reavalia Substituição tributária sobre o Simples

9 de agosto de 2010

Após uma longa rodada de negociação com entidades empresariais de
Santa Catarina, determinada pelo Governador Leonel Pavan, a Secretaria
da Fazenda avalia a possibilidade de revogação do regime de substituição
tributária (ST) sobre empresas enquadradas no Simples Nacional. Um
estudo com as repercussões será avaliado pela equipe de governo
nesta terça-feira (10). “Estamos conversando há meses com os
representantes das micro e pequenas empresas, que com o novo regime
acabam perdendo benefícios do Simples. É importante lembrar que uma
possível revogação terá reflexos tanto na arrecadação quanto na relação
com outros Estados”, explica Pavan.

A substituição tributária, que concentra a cobrança de ICMS no início
da cadeia, vem sendo implantada gradualmente sobre vários setores no
Brasil e em Santa Catarina. O regime restringe o universo de empresas a
serem controladas pelo fisco e, consequentemente, inibe a sonegação. O
problema se deu sobre empresas enquadradas no Simples Nacional, que
ingressaram na substituição tributária a partir de maio.

O Secretário da Fazenda, Cleverson Siewert, esclarece que o sistema
facilita muito a fiscalização sobre o varejo, já que o produto chega ao
revendedor com o tributo pago. “Estimamos uma perda de R$ 200 milhões ao
ano na arrecadação por conta de uma possível retirada da ST. Por outro
lado, os empresários têm relatado reiteradamente as dificuldades por
conta da mudança. É uma equação de difícil solução”, resume. Além disso,
o secretário explica que uma revogação poderia implicar em atritos com
outros Estados. “O ingresso dos setores na ST se dá por meio de
convênios com outros Estados, também signatários do sistema. Santa
Catarina levou o assunto ao Confaz – Conselho Nacional de Política
Fazendária, que decide sobre benefícios fiscais, mas não houve
receptividade. Os relatos de secretários de outros Estados dão conta de
que não houve sequer espaço para negociação com os empresários. Os
Estados simplesmente fizeram valer o regime. Aqui, apesar das possíveis
consequências, não pretendemos tomar uma decisão unilateral”, completa.

* SEF/SC