Governo planeja contingenciamento mínimo

31 de outubro de 2012

Diante da atual instabilidade econômica internacional, a preocupação do
governo federal é estimular a economia com o “pé no acelerador” e trabalhar com
hipótese de “não haver” contingenciamento no orçamento de 2013, disse ontem (30)
a ministra do Planejamento, Miriam Belchior.

“É muito cedo para se falar
a respeito disso [contingenciamento]. Hoje [audiência pública] é o primeiro
passo para tramitação do orçamento no Congresso Nacional. Não sei nem que
orçamento sairá do Congresso, mas queremos trabalhar com o mínimo de
contingenciamento possível. Estamos trabalhando com a hipótese de não haver
contingenciamento”, disse.

No entanto, a titular da pasta disse que é
cedo para declarar de forma “taxativa” que não haverá bloqueios no orçamento.
Nos últimos dois anos, o governo federal fez dois bloqueios consecutivos de
aproximadamente R$ 50 bilhões no orçamento da União para cumprir a meta do
superávit primário. A proposta orçamentária deve ser votada no Congresso até o
dia 22 de dezembro deste ano.

No cenário de crise econômica, o país
aposta nos estímulos à economia para manter o mercado interno aquecido. “Em
relação sobre como agir em momento de dificuldades econômicas, seja aqui dentro
ou o que tem nos atingido no âmbito internacional, não é colocar o pé no breque,
mas no acelerador”, comentou, ao participar de audiência na Comissão Mista de
Orçamento, no Congresso Nacional.

A ideia é que o impulso atinja o
crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) no próximo ano, que alcance 4,5%.
“Para quem está dizendo que 4,5% é ousado demais, se é para fazer algum tipo de
juízo de valor, eu diria que pode estar menos ousado do que poderia. Nós
acreditamos nessa meta, que vamos perseguir ano que vem e achamos que é
possível. Vamos trabalhar o que pudermos para crescer mais ,”
disse.

Devido aos desdobramentos da crise econômica no exterior, a
previsão atual do governo para o PIB é 2% em 2012. No começo do ano, a
estimativa de crescimento superava 4%. Em relação à inflação, a ministra
comentou que a preocupação diminuiu. “Em hipótese alguma, a inflação fica em
segundo plano. Tem o mesmo peso que tinha. No ano passado, todo mundo se
preocupava e ela ficou dentro da banda. Neste ano, está muito longe da banda.
Não estamos preocupados. Miramos na meta central [de 4,5%], ela é perseguida,
mas é para isso que existe a banda”, concluiu.

* Agência Brasil