Estrangeiros querem atuar em serviços no Brasil, diz consultoria

10 de agosto de 2012

Pesquisa da Ernst & Young revela que o crescimento menor não afeta
interesse.

Atraídos pelo mercado consumidor brasileiro, estrangeiros
mantêm o interesse em investir no país, apesar da desaceleração
econômica.

Pesquisa inédita realizada pela consultoria Ernst & Young
em maio, com 250 executivos da Europa, Américas e Ásia, mostra que 60% estudam
estabelecer ou desenvolver atividades no Brasil.

O segmento de maior
interesse foi o de serviços.

No primeiro trimestre do ano, segundo
levantamento da consultoria, foram implantados 110 projetos estrangeiros no
Brasil.

Desse total, a maior parte é para atuar no setor de serviços: 43
são da área de marketing, vendas e suporte e 35 de tecnologia da informação. A
indústria foi o destino de apenas 13 projetos.

“O Brasil é um país que
tem 80% de sua população nas cidades. É mais do que na China, por exemplo, cuja
população urbana é de 50%. Com essa característica, é natural que as pessoas
consumam cada vez mais serviços”, afirma o vice-presidente da Ernst & Young,
Mauro Terepins.

Os setores com maior potencial de crescimento, segundo os
entrevistados, são petróleo e gás, mercado imobiliário, turismo e agricultura e
indústria de alimentos.

“O setor de petróleo e gás não está apenas
criando projetos industriais, mas também projetos de serviços de ponta a ponta”,
diz relatório da consultoria.

RETOMADA

Mesmo com
a desaceleração econômica que deve fazer o PIB (Produto Interno Bruto) crescer
cerca de 2% neste ano, é o mercado consumidor doméstico o maior trunfo do Brasil
para quase 90% dos entrevistados.

Segundo Terepins, os investidores
estrangeiros acreditam que o crescimento voltará no ano que vem.

“O
cenário é positivo para o Brasil em 2013 e em 2014”, afirma.

Os
principais concorrentes do país em atratividade são China, Índia e
EUA.

Para incrementar os investimentos, os estrangeiros afirmam que o
país deve focar algumas prioridades: melhorar o ensino, investir na
infraestrutura e ampliar o combate à corrupção.

* Folha de
S.Paulo