Emprego com carteira assinada cai pela metade em agosto

21 de setembro de 2012

A geração de empregos formais caiu quase pela metade entre agosto de 2011 e
de 2012 e atingiu o nível mais baixo desde 2003, segundo dados do Cadastro Geral
de Emprego e Desemprego (Caged) do Ministério do Trabalho e Emprego, divulgados
ontem (20).

Em agosto deste ano, foram criados 100,9 mil postos no
mercado de trabalho, diferentemente dos 190,4 mil em 2011. Em 2003, o balanço de
agosto chegou a 79,7 milhões. O saldo atual é o resultado de 1,8 milhões
admissões e 1,7 milhões demissões.

De acordo com o secretário substituto
de Políticas Públicas do ministério, Rodolfo Torelly, o resultado foi uma
“surpresa”, mas não chega a ser motivo de alarde , considerando o contexto da
crise econômica mundial.

Segundo ele, a queda pode ser atribuída ao
comportamento instável e menos previsível do mercado em relação aos meses
anteriores. “Quase todos os setores tiveram perda de dinamismo e geraram menos
emprego que o normal “, disse.

Para Torelly, setembro deverá demonstrar
mais precisamente como ficará a evolução do emprego em 2012. O Ministério do
Trabalho prevê que o próximo mês apresente índice maior que o de agosto, mas
abaixo do de setembro do ano passado.

A agricultura foi o setor que teve
o pior índice de agosto, com saldo negativo de 16,6 mil postos, devido à perda
de postos, em lavouras de café em Minas Gerais e no Espírito Santo. Em
contrapartida, serviços foi o setor com melhor desempenho, com a geração de 54,3
mil empregos, seguido pelo comércio (31,3 mil) e pela indústria de transformação
(16,4 mil). Os destaques foram os serviços em ensino, alimentação e na área
médico-hospitalar.

De acordo com a Pesquisa Mensal de Emprego (PME) do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada nesta
quinta-feira, a taxa de desocupação no país ficou em 5,2%, indicando alta
empregabilidade no país.

Para Torelly, os dados não são comparáveis com
os do ministério porque a pesquisa do IBGE considera os mercados formal e
informal, ou seja, contabilizando também trabalhadores sem carteira assinada. O
Caged, por sua vez, trata apenas de funcionários celetistas.

Além disso,
a PME considera seis regiões metropolitanas para o estudo, enquanto o Caged
abarca todo o universo de trabalhadores.

O secretário ainda informou que
os dados do Caged confirmaram a alta rotatividade no mercado brasileiro e que o
ministério vem estudando medidas para combater o fenômeno. “Não é possível que
seja necessário admitir 1,8 milhão de pessoas e demitir 1,7 milhão, para que
sejam criados 100 mil empregos”.

*
Agência Brasil