Diminuição no valor da conta de luz não atinge meta do governo

5 de dezembro de 2012

O valor da conta de luz dos brasileiros pode ficar até 16,7% menor a partir
de 2013, disse ontem (4) o secretário executivo do Ministério de Minas e Energia
(MME), Márcio Zimmermann. A diminuição é resultado das assinaturas antecipadas
de contratos de concessão de energia elétrica que ocorreu há pouco.

O
percentual é inferior aos 20,2% anunciados pela presidenta Dilma Rousseff, em
setembro. Segundo Zimmermann, o percentual menor é atribuído à recusa das
companhias Energética de São Paulo (Cesp), Energética de Minas Gerais (Cemig) e
Paranaense de Energia (Copel) em aderir à proposta do governo.

“A decisão
dessas empresas estaduais, que decidiram pela não prorrogação, está causando
diretamente, o impacto de não atingir a meta de 20,2%. Estranhamos que essas
empresas preferiram priorizar os acionistas do que a população”, disse o
secretário executivo.

Segundo o diretor-geral da Agência Nacional de
Energia Elétrica (Aneel), Nelson Hübner, a redução no valor da conta de energia
elétrica, de 16,7%, poderá ser sentida pelos consumidores em março do ano que
vem.

Do montante de 25.452 megawatts (MW) de capacidade instaladas das
hidrelétricas, apenas 15.311 MW foram renovados antecipadamente, ou seja, apenas
60% das companhias de geração aceitaram os termos do governo. Com isso, a
expectativa de conseguir diminuir em 8,5% o percentual da geração caiu para
5,1%. Em contrapartida, todas as empresas de transmissão aderiram ao
plano.

Uma das usinas da Cesp, a Hidrelétrica Três Irmãos, entre os
municípios de Andradina e Pereira Barreto, em São Paulo, terá que ser devolvida
à União, por causa da não renovação da concessão, no começo de janeiro. Segundo
Zimmermann, a expectativa do governo é fazer o leilão ainda no primeiro semestre
do ano que vem. No segundo semestre, o mesmo deverá ocorrer com a Usina
Hidrelétrica de Jaguará, em Minas Gerais, pertencente à Cemig. As duas
companhias têm capacidade de 1.300 MW.

Mesmo sem a meta de redução
atingida, o secretário executivo do MME acredita que houve “uma grande vitória”
por parte do governo, que conseguiu adesão de 100% das transmissoras e 60% das
usinas de geração. Com os termos assinados, haverá discussões internas no
governo para avaliar a possibilidade de um aporte do Tesouro Nacional a fim de
atingir os 20,2%, anunciados anteriormente.

* Agência Brasil