Desemprego é o menor para o mês desde 2002

26 de outubro de 2012

O número de pessoas à procura de emprego cresceu em setembro mais do que a
capacidade do mercado de absorver o excedente de mão de obra.

Como
resultado, a taxa de desemprego no País sofreu um ligeiro aumento: saiu de 5,3%
em agosto para 5,4%, embora não tenha ocorrido corte de vagas. O crescimento no
número de desocupados em São Paulo, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia
e Estatística (IBGE), foi o principal motivo.

Analistas receberam os
resultados como a prova de que ainda há um cenário favorável no mercado de
trabalho. A tendência é de aumento nas contratações nos próximos meses, puxadas
pelas vagas temporárias típicas do fim do ano, mas também como consequência dos
estímulos adotados pelo governo para reaquecer a economia.

“O mercado de
trabalho continua muito bom, melhor ainda quando o enxergamos num cenário em que
a economia ainda não deu uma arrancada mais forte”, afirmou a economista Maria
Andréia Lameiras, pesquisadora especialista em emprego no Instituto de Pesquisa
Econômica Aplicada (Ipea).

Renda. A taxa de desocupação em setembro foi a
menor para o mês desde o início da série histórica da pesquisa, em 2002. Na
comparação com agosto, houve ainda aumento na renda média real (0,1%) e na massa
de salários paga aos trabalhadores (0,9%).

“Todos os sinais mostram o
mercado de trabalho robusto. Os salários nominais voltaram a crescer, assim como
a massa salarial”, ressaltou José Márcio Camargo, economista-chefe da Opus
Investimentos e professor da PUC-Rio. “Por uma questão sazonal, a taxa de
desemprego cai mais a partir de outubro. Em dezembro podemos ter uma taxa de
muito baixa, de 4,5%.”

O economista Flávio Combat, da Concórdia
Corretora, também não vê inflexão na tendência de manutenção do mercado de
trabalho aquecido.

“Ao contrário: pelos estímulos à economia introduzidos
pelo governo, a perspectiva é de aumento das contratações”, disse, lembrando que
os incentivos aos investimentos privados são uma boa sinalização no médio prazo
para o empresário, “que é quem toma as decisões de contratação ou desmobilização
da mão de obra”. “Há praticamente estabilidade no nível de emprego há três
meses”, disse.

São Paulo. Em setembro, quatro entre as seis regiões
metropolitanas pesquisas pelo IBGE registraram redução na taxa de desocupação.
Houve estabilidade em Porto Alegre, mas o que afetou o resultado nacional foi o
resultado ruim de São Paulo, que registrou um aumento considerável na taxa de
desemprego, de 5,8% em agosto para 6,5% em setembro.

Houve estabilidade
no número de ocupados na região, com a entrada de duas mil pessoas no mercado de
trabalho. No entanto, a população desocupada subiu 12,8% no período, o
equivalente a 76 mil pessoas a mais procurando emprego.

“O negativo desse
resultado é que aumentou a taxa de desemprego e o mercado não atendeu a essa
demanda”, disse Cimar Azeredo, gerente da Coordenação de Trabalho e Rendimento
do IBGE.

* Estado de S. Paulo