CNI mostra que mais de 90% das indústrias vão investir em 2011

3 de dezembro de 2010



Nove entre 10 empresas industriais consultadas pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) planejam investir em 2011. Os investimentos têm como alvo prioritário o mercado interno, que deverá concentrar 77,8% do total. O aumento da capacidade de produção das empresas é a maior motivação para 32,7% dos investimentos programados. O valor médio dos investimentos previstos para o ano que vem deverá ser 7% maior do que os executados neste ano.


A pesquisa Investimentos na Indústria, divulgada nesta quarta-feira, 2 de dezembro, durante o 5º Encontro Nacional da Indústria (ENAI), em São Paulo, mostra que houve um aumento na expectativa de investimento em 2011 em relação ao esperado para 2010. No ano passado, 89,6% das indústrias consultadas projetavam algum investimento para este ano. Agora, 92% das consultadas planejam investir no ano que vem.


“É um reflexo da retomada do nível de atividade, uma vez que boa parte dos setores já recuperou os níveis de produção pré-crise. As indústrias estão se preparando para atender o crescimento da demanda nos próximos anos”, avaliou Flávio Castelo Branco, gerente-executivo de Política Econômica da CNI.


MERCADO INTERNO – O mercado brasileiro é o maior alvo das empresas industriais. Segundo a pesquisa Investimento na Indústria, que está na segunda edição anual, 77,8% das empresas tem como principal objetivo prioritário o mercado interno ou apenas ele. Do total, 42,8% das consultadas informaram que investirão principalmente para atender o mercado interno e 35% disseram que vão aplicar recursos somente para atender o mercado interno.


O investimento médio no ano que vem deverá ser de R$ 6,8 milhões. Esse valor é 7% maior do que o verificado neste ano, de R$ 6,344 milhões. Na comparação com 2009, o investimento médio deste ano foi 80% maior, segundo a pesquisa da CNI. No ano passado, quando o Brasil e o mundo sentiram mais fortemente os efeitos da crise mundial, o investimento médio por empresa foi de R$ 3,5 milhões.


MOTIVAÇÃO – O aumento da capacidade produtiva foi a principal motivação apontada pelos empresários para investir no próximo ano. No entanto, Renato da Fonseca, gerente-executivo de Pesquisa da CNI, chama a atenção para os investimentos voltados para a inovação. “Eles devem ser em 2011 o dobro do que foram no ano passado, o que mostra a preocupação do setor industrial em melhorar a competitividade e se adequar aos desafios da concorrência internacional”, salientou.


Segundo a pesquisa Investimentos na Indústria, a introdução de novos produtos e a introdução de novos processos produtivos passaram de 15,3% das respostas sobre motivação dos investimentos planejados para este ano para 30,7% da motivação dos investimentos programados para 2011. A introdução de novos produtos cresceu de 10,8% na pesquisa anterior para 21,3% na atual edição. Já a introdução de novos processos produtivos passou de 4,7% para 9,4%.


EXECUÇÃO – Dos investimentos programados para 2010, 61,4% foram realizados como foram planejados em 2010, 46,3% dos investimentos foram realizados do modo programado. Outros 37,5% foram realizados parcialmente. Apenas 0,3% do total de investimentos foram adiados para 2011 e 0,8% adiados por tempo indeterminado ou cancelados.


Das empresas que não realizaram o investimento este ano ou adiaram parcialmente, 39,9% foram devido à reavaliação da demanda ou ociosidade elevada. A incerteza econômica foi o motivo para 36,2% dos adiamentos ou cancelamentos. Outros 31,9% foram adiados ou cancelados por conta de dificuldades com a burocracia.


A pesquisa Investimentos na Indústria foi realizada entre os dias 4 de outubro e 12 de novembro, com 454 empresas de todos os portes. Foram entrevistadas empresas de todos os setores e estados.


* do Sistema Fiesc