Catarinenses entre os bons pagadores

13 de julho de 2010

Inadimplência em baixa reforça meta de crescimento recorde do
comércio

O comércio está prestes a viver o seu melhor ano da história. De
janeiro a maio, foi registrado 17,2% de aumento no faturamento,
impulsionado pela expansão do crédito. Em Santa Catarina, o cenário é
ainda mais favorável, já que os catarinenses são os segundos melhores
pagadores do país, depois apenas dos gaúchos.

A taxa de inadimplência em SC e no país tende a seguir ladeira
abaixo, segundo Ivan Tauffer, presidente do Conselho do Serviço de
Proteção ao Crédito (SPC) de SC e vice-presidente da Federação das
Câmaras Dirigentes Lojistas (FCDL). Os critérios variam para cada
lojista, mas em média, o consumidor é considerado inadimplente após 30
dias do vencimento da parcela não paga.

Em junho, foram registrados R$ 53,2 milhões em débitos no Estado, mas
foram recuperados R$ 42,1 milhões, o que dá 78,9% de recuperação. O
índice é bem maior que a média histórica catarinense, de 65%.

– Os catarinenses estão cumprindo mais com seus pagamentos. Essa é a
boa notícia – comemora Tauffer.

Entre as razões apontadas está a presença do SPC em 174 dos 293
municípios catarinenses. A inadimplência é considerada a pedra no sapato
do lojista. E quando é baixa, o resultado natural é a ampliação do
crédito. No país, o Banco Central registrou em maio um nível recorde de
crédito na economia brasileira. As vendas financiadas cresceram 4,6% e o
número médio de prestações alcançou o nível mais alto da história em
março: 17,7 meses.

Por outro lado, a inadimplência média no país ficou em 6,8%, o 11º
mês sem aumento. Há um ano, os devedores chegavam a 8,5% do total.

– Eu diria que, neste momento, não há nenhuma nuvem no céu, nem clara
nem escura – diz Fábio Bentes, economista da Confederação Nacional do
Comércio (CNC).

O setor aposta em expansão de 10,8% em 2010 graças a um primeiro
trimestre ainda aquecido pelo reflexo das políticas de incentivo do
governo, como a redução do IPI para produtos industriais e as taxas
menores de juro. Mas, segundo Bentes, as vendas já começaram a
desacelerar. Para o economista, o mercado está sinalizando que chegou ao
limite.

Crédito
limpo

* Diário Catarinense