Brasil Gerou mais de 2,14 Milhões de Vagas com Carteira Assinada até Outubro

24 de novembro de 2008

De acordo com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados pelo ministro Carlos Lupi, entre 2003 e 2008 foram criados 8.416.739 postos

 

A geração de empregos formais continuou crescendo no país em outubro, com a criação de 61.401 novos empregos celetistas, correspondendo a uma alta de 0,20% em relação ao estoque de assalariados com carteira assinada do mês anterior. Foi o que divulgou hoje o ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi, em coletiva à imprensa para apresentar os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Por motivos sazonais, este mês tradicionalmente apresenta uma diminuição no ritmo de crescimento do emprego em relação a setembro. Considerando que essa desaceleração de outubro de 2008  foi mais expressiva que as ocorridas nos meses de outubro dos últimos anos, esse resultado pode significar uma reavaliação do empresariado sobre os efeitos da recente crise financeira internacional.

“O resultado continua sendo positivo e ao final de 2008 teremos o melhor resultado da história da geração de empregos no Brasil, com mais de 2 milhões de vagas criadas. Nos próximos dois meses o crescimento pode não ser o que esperávamos no início do ano, mas o desempenho até aqui garante esse resultado surpreendente. Vale lembrar que entre janeiro e outubro deste ano os Estados Unidos perderam 1,2 milhão de postos de trabalho”, destacou o ministro Carlos Lupi.

 

Nos dez primeiros meses de 2008, verificou-se a criação de 2.147.971 postos de trabalho (+7,42%), saldo que se revelou o maior da série histórica para o período, superando em 18,5% o recorde anterior ocorrido em 2007 (1.812.252 postos de trabalho ou crescimento de 6,63%). Nos últimos 12 meses, foram gerados 1.953.111 empregos formais (+6,70%), resultado 27,88% acima do maior saldo anterior para semelhante período (novembro a outubro), ocorrido em 2007 (1.527.338 postos de trabalho ou +5,53%).

 

Entre 2003 e outubro de 2008 foram gerados 8.416.739 vagas com carteira assinada. De acordo com o Caged, o estoque de trabalhadores formais no país é de 31.114.161, o maior da história.

 

Setores de atividade econômica – Em termos setoriais, os dados mostram elevação quase generalizada. O principal setor responsável pela geração de empregos em outubro foi o Comércio, com o acréscimo de 54.590 postos de trabalho (+0,81%), terceiro maior saldo para o período, oriundo da criação do emprego nos segmentos Varejista, que gerou 46.510 postos de trabalho (+0,83%), e Atacadista, com mais 8.080 postos (+0,73%). O setor de Serviços vem a seguir com a geração de 36.142 postos de trabalho (+0,30%), impulsionado principalmente pelos segmentos de Serviços de Transportes e Comunicações (+9.016 postos de trabalho ou +0,55%), de Serviços de Administração de Imóveis e Serviços Técnicos Profissionais (+8.307 postos ou +0,26%) e de Serviços de Alojamento, Alimentação e Reparação (+8.153 postos ou +0,19%).

 

A Indústria de Transformação respondeu pela criação de 8.730 postos de trabalho ou +0,12% em outubro de 2008, e a Construção Civil pela geração de 2.149 novas vagas ou crescimento de 0,12%. O desempenho da Indústria de Transformação pode ser atribuído, principalmente, aos segmentos da Indústria de Produtos Alimentícios e Bebidas (+5.652 postos ou +0,31%) e da Indústria Têxtil e Vestuário (+3.805 postos ou +0,39%). A Indústria de Calçados (-3.186 postos ou -0,94%) e a Indústria da Borracha, Fumo e Couros (-1.735 postos ou -0,53%), foram as que  registraram os maiores declínios no nível de emprego.

 

A gente está medindo cada setor onde tem dificuldade e tomando decisões rapidamente. Como aconteceu com outros países, não estamos esperando a crise estourar e depois de um ano tomar providências. Antes da crise chegar – porque continuamos gerando empregos – estamos tomando medidas concretas para que não falte financiamento nem a quem produz, nem a quem quer comprar”, afirmou o ministro.

 

A Agricultura (-38.422 postos ou -2,21%), por motivos sazonais relacionados à entressafra do Centro-Sul do Brasil, a Administração Pública (-1.205 postos ou -0,21%) e os Serviços Industriais de Utilidade Pública (-674 postos ou -0,20%) foram os setores que apresentaram redução do emprego no mês.

 

“Há efeitos sazonais neste período, principalmente pela questão agrícola, mas acreditamos que por conta de preocupações com a crise econômica houve mais dificuldade de contratação, os empresários ficaram receosos de abrir novas vagas. E, por isso, o desempenho do setor agrícola foi mais negativo do que de costume”, disse Lupi.

No acumulado do ano, a liderança da geração de empregos coube ao setor de Serviços, ao responder pela criação de 726.091 postos de trabalho (+6,35%), resultado recorde para o período, seguido pela Indústria de Transformação, responsável pelo acréscimo de 532.704 empregos (+7,61%). Destacaram-se também o Comércio, com a geração recorde de 319.424 empregos ou +4,94%, e a Construção Civil, com recorde absoluto e relativo, ao responder pela criação de 303.031 empregos e por uma expressiva taxa de crescimento de 19,80%. Cabe ressaltar também os saldos recordes obtidos pela Administração Pública, com a criação de 40.611 postos de trabalho (+7,56%), e pela Extrativa Mineral, com mais 12.974 postos (+7,97%).

 

Regiões – Em outubro, segundo recorte geográfico, verificou-se o seguinte comportamento: Sul, com 23.850 postos de trabalho criados (+0,42%), Sudeste, +20.300 postos (+0,12%), Nordeste, +16.903 postos (+0,38%) e Norte, com +362 postos (+0,03%). A Região Centro-Oeste registrou uma pequena redução (-14 postos), que pode ser interpretada como uma estabilidade.

 

Estados – Os dados de outubro revelaram incremento no número de empregos em vinte Unidades da Federação, destacando-se, em termos absolutos: São Paulo (+34.353 postos de trabalho ou +0,33%), Rio de Janeiro (+14.240 postos ou +0,48%), Santa Catarina (+8.976 postos ou +0,58%) e Rio Grande do Sul (+8.873 postos ou 0,43%).

Os maiores declínios nos números de empregos ocorreram nos estados de Minas Gerais (-29.438 postos de trabalho ou -0,87%), Bahia (-6.446 postos ou -0,50%) e Goiás (-2.338 postos ou -0,28%). Tais desempenhos estão fortemente influenciados pelo comportamento sazonal negativo do setor agrícola nesses estados, que foi responsável pela perda de 28.079 postos de trabalho em Minas Gerais, de 2.899 postos na Bahia e de 2.891 postos em Goiás.

 

Interior x Região Metropolitana – O emprego formal celetista no conjunto das nove áreas metropolitanas selecionadas pelo Caged cresceu 0,35% em outubro, decorrente da criação de 44.469 postos de trabalho. Este comportamento foi oposto ao observado nos municípios dos estados não integrantes desses aglomerados urbanos, que apresentaram  redução de 7.458 postos de trabalho (-0,06%), resultado que pode ser creditado, preponderantemente, à influência negativa do setor agrícola nesses espaços geográficos, durante essa época do ano.
FONTE:MTE