Brasil é o quinto país mais lento do mundo para se abrir uma empresa

6 de novembro de 2012

Relatório do Banco Mundial indica que o processo para abrir um negócio
demora 119 dias. Na Nova Zelândia, espera é de três dias.

Empreender
no Brasil é uma experiência que demanda foco, dinheiro e, segundo um relatório
recentemente divulgado pelo Banco Mundial, também muita paciência. Isso porque a
burocracia na regulamentação de um novo negócio coloca o País entre os cinco
mais lentos do mundo para a abertura de uma empresa.

Enquanto na Nova
Zelândia, Cingapura e até na Macedônia o empresário obtém todos os registros
necessários para iniciar uma operação em, no máximo, três dias, no Brasil esse
processo demanda, em média, quase quatro meses (119 dias).

Essa é apenas
uma das conclusões da décima edição do “Doing Business 2013 – Regulamentos mais
inteligentes para pequenas e médias empresas”, estudo elaborado anualmente pelo
Banco Mundial e que tem como objetivo avaliar o nível de maturidade dos mercados
no que tange a facilidade para atrair e manter negócios.

Como nas últimas
edições, o Brasil marca presença na parte de baixo da lista, ocupando a posição
de número 130 em um ranking composto por 185 economias. O País está atrás de
mercados como Etiópia, Bósnia-Herzegovina, Quênia e Paquistão.

Na outra
ponta do ranking, Cingapura liderou a classificação global pelo sétimo ano
consecutivo. Também na lista das 10 economias com as melhores regulações se
destacam Hong Kong, China, Nova Zelândia, Estados Unidos e Dinamarca, seguidas
de perto por Noruega, Reino Unido, Coréia do Sul, Geórgia e
Austrália.

Colômbia. A Colômbia foi o país que mais progrediu na prática
de atração de empresas e empreendedores no mundo. O país avançou 15,3% desde
2005 nesse quesito, que leva em conta o cenário macroeconômico, associado ao
ritmo de reformas estruturais e institucionais.

Em comparação direta, o
Brasil evoluiu apenas 0,6% nesse mesmo período, ficando atrás da Jamaica,
Nicarágua e até da pequena ilha de Dominica, no Caribe.

Burocracia. Além
da morosidade para a abertura de uma empresa, o Brasil recebe menção negativa
também no processo de registros de propriedade, que recentemente foi alvo de
nota elogiosa da revista britânica The Economist.

Para o Banco Mundial, o
Brasil é o segundo pior no quesito que mede o número de etapas necessárias para
se conseguir um registro. Atrás apenas do Uzbequistão, o empresário brasileiro
precisa enfrentar 14 processos até alcançar seu objetivo. Na pequena Geórgia,
localizada na fronteira com a Europa e a Ásia, em uma única etapa o empreendedor
registra sua propriedade.

Melhoras. Entre os pontos positivos, o
relatório destaca a melhoria para a obtenção de crédito e o avanço dos últimos
dez anos nos mecanismos para proteção dos investidores no Brasil.

*
Estadão PME