Brasil deve crescer em torno de 3% em 2013, projeta instituto

26 de novembro de 2012

O crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2013 deve ficar entre 3% e
3,5%, segundo projeção do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio
Vargas (Ibre), que divulgou na sexta (23) os resultados das projeções do modelo
macroeconômico durante o Seminário Perspectivas da Economia Brasileira para
2013. Os dados completos serão publicados no Boletim Macro, de
dezembro.

A estimativa é inferior à do Ministério da Fazenda, de
crescimento do PIB em 4% no próximo ano. De acordo com a coordenadora técnica do
Boletim Macro, Silvia Matos, o crescimento da economia em 2013 vai ser melhor
que o de 2012, já que o crescimento deste ano deve ficar em torno de 1,5%. Mesmo
com a retomada econômica no fim do ano, Silvia considera a perspectiva ruim na
comparação com demais países da América Latina.

“Está todo mundo
criticando o cenário internacional, mas quando a gente olha outros países da
América Latina, por exemplo o Chile, que acabou de divulgar os dados, o
investimento chegou a 28% do PIB, eles estão com um superinvestimento. Quer
dizer, tem algum problema no Brasil, eu acho que a gente está desconectado um
pouco, pelo menos de alguns países.”

Para a pesquisadora, o governo
sempre vai buscar um “vilão” para justificar o baixo crescimento da economia,
como o cenário internacional adverso. Segundo ela, “é mais fácil a população e o
mercado como um todo” informarem “que o Brasil está crescendo menos”de
4%.

De acordo com dados do Ibre, de 2003 a 2010, a média de crescimento
do PIB foi 4%. De 2011 a 2013, a projeção é 2,4% de crescimento médio. A
expectativa do instituto para a inflação medida pelo Índice de Preços ao
Consumidor Amplo (IPCA) é 5,7% para o próximo ano.

Para a taxa de
investimento, a projeção do Ibre é o ano fechar em 18,5% do PIB, contra 19,5% no
ano passado. A coordenadora ressalta que a situação com crescimento baixo e
inflação mais alta leva à retração no investimento e falta de qualidade nos
serviços prestados pelo Estado. “Você tem uma demanda represada que está cada
vez mais latente, porque há muito tempo que a gente não investe em
infraestrutura.”

* Agência Brasil