Bancos privados seguem públicos e começam a reduzir juros do cartão

25 de setembro de 2012

Bradesco corta taxa pela metade a partir de 1º de novembro; HSBC e
Santander estudam mudanças.

Segundo Anefac, juro médio do rotativo
hoje é de 238% ao ano; BB e Caixa anunciaram taxas menores este mês

Em
meio à pressão do governo para que os bancos baixem as taxas do crédito rotativo
dos cartões de crédito, o Bradesco reduziu os juros da modalidade em
54%.

A partir de 1º de novembro, as taxas máximas do rotativo passam de
14,9% para 6,9% ao mês para os cartões com bandeiras Visa, American Express, ELO
e Mastercard.

Os juros para parcelamentos nos cartões de crédito cairão
de 8,9% para 4,9%.

O anúncio se segue a declarações do presidente do
Banco Central, Alexandre Tombini, de que os juros do crédito rotativo são fator
de alto endividamento dos brasileiros (leia texto ao lado).

O
diretor-executivo do Bradesco, Marcelo Noronha, afirmou que a “demanda da
sociedade” pesou mais que a pressão do governo para a decisão do corte dos
juros.

Segundo Noronha, as compensações virão com o aumento da base de
clientes e das transações.

Disse ainda que não acredita no fim do
parcelamento sem juros no cartão – apontado pelo setor como causa da alta taxa
do rotativo.

Segundo a Anefac (associação de executivos de finanças), em
agosto a taxa de juros média do cartão de crédito foi de 238% ao ano. E um
estudo da ProTeste mostra que os juros rotativos podem chegar a 878,7% ao ano,
dependendo da instituição.

Concorrência

Neste
mês, Banco do Brasil e Caixa já haviam cortado a taxa do rotativo, em até 79% e
entre 10% e 40%, respectivamente. No mesmo mês, o Itaú lançou um cartão com juro
de 5,99% ao mês calculados a partir da data de cada compra, e não do vencimento
da fatura, em caso de atraso ou pagamento parcial.

O HSBC disse que está
estudando se fará reduções, e o Santander informou que está avaliando o atual
cenário de queda das taxas.

Saiba
mais

Banco Central defende redução do
rotativo

Quando o consumidor decide pagar a quantia mínima na
fatura do cartão de crédito -hoje em 15%- e quitar o resto depois, significa que
está recorrendo ao crédito rotativo do banco, que é corrigido por juros
elevados.

Segundo levantamento da Anefac (associação dos executivos de
finanças), as taxas do crédito rotativo alcançaram 238% ao ano no mês de
agosto.

Recentemente, o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini,
disse que gostaria que o pagamento mínimo obrigatório nas faturas do cartão
fosse “muito maior”.

Em 2010, a instituição aumentou o percentual mínimo
de 10% para 15%, mas preferiu não elevá-lo novamente em 2011 (para 20%). O
argumento foi de que o limite em vigor era “suficiente” para controlar as
dívidas.

Neste mês, as instituições financeiras têm tomado medidas para
diminuir os juros do cartão de crédito.

* Folha de S.Paulo