66 mil carteiras assinadas: O melhor semestre de SC

16 de julho de 2010

Puxada pela indústria, criação de emprego no Estado apresentou o
maior saldo dos primeiros seis meses do ano desde 1996A geração de
emprego no primeiro semestre deste ano registrou um recorde histórico em
Santa Catarina. A dúvida, agora, é sobre a continuidade desse
crescimento nos próximos meses.

Entre janeiro e junho, o saldo de vagas abertas no Estado foi de
66.296, o maior resultado desde 1996, quando começou a ser apurada a
série do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Apenas em
junho, foram 6.099 novas vagas, o segundo melhor desempenho para o mês,
atrás de junho de 2008 (quando foram abertos 8.641 postos).

O técnico do Sistema Nacional de Emprego (Sine) em Santa Catarina,
Osnildo Vieira Filho, destaca que o saldo dos últimos 12 meses também
apresenta recorde, com a geração de 105.637 vagas.

– Como o desempenho do ano passado foi bastante afetado pela crise
financeira internacional, era normal que o primeiro semestre deste ano
superasse o de 2009. Mas essa amostra dos últimos 12 meses é uma
demonstração mais concreta da retomada – destaca Vieira Filho.

Ele acredita que além de reocupação dos postos fechados durante a
crise, os recordes na geração de emprego formais demonstram a abertura
de vagas que não existiam antes das demissões. Neste cenário, a
indústria é o setor que vem apresentando o melhor desempenho (veja
quadro acima).

– A indústria de transformação, que nos últimos anos estava perdendo
espaço para atividades como comércio e serviços, voltou a se
caracterizar como a atividade econômica que mais gera empregos com
carteira assinada, respondendo por mais da metade dos postos criados –
avalia.

Em junho, a indústria foi responsável pela oferta de 53,9% de todos
os empregos gerados em Santa Catarina. No acumulado do semestre, esta
participação sobe para 57,4%. O desempenho negativo no semestre ficou
com a agroindústria, afetada pela sazonalidade ligada às atividades de
fruticultura e da produção de fumo. Para os próximos meses, o cenário
ainda é de dúvidas.

– O acumulado de 2010, com certeza, vai ser melhor que o desempenho
do ano passado. Mas se vai apresentar um crescimento recorde superando
outros anos, ainda é cedo para afirmar. Dezembro, por exemplo, é um mês
em que tradicionalmente são fechadas muitas vagas – explica.

No balanço da geração de emprego por regiões, o Sudeste foi quem
criou mais da metade das vagas formais do primeiro semestre, com o saldo
líquido de 894.012 postos com carteira assinada no período, diante de
um volume de 1.473.320 vagas verificadas no país. A Região Sul ficou com
o segundo lugar no ranking, ao produzir 271.938 postos.

Evolução
do emprego catarinense


Crescimento desacelera em junho

No país, a geração de vagas de emprego no primeiro semestre superou
as demissões em 1.473.320 postos formais. Segundo o Ministério do
Trabalho, foi o melhor primeiro semestre da história do Caged.

A meta do governo é atingir 2,5 milhões de empregos novos com
carteira assinada este ano, já descontadas as demissões.

Em junho, o saldo líquido de empregos criados com carteira assinada
foi de 212.952, o segundo melhor resultado registrado para o mês. Mas o
saldo interrompe uma série de cinco meses de recordes absolutos.

Em coletiva, ontem, o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, defendeu
que, apesar do número mais baixo no mês passado, em relação a meses
anteriores, não se trata de uma queda na geração de vagas.

– É que vocês estão acostumados a ganhar de goleada de 6 a 0 e agora,
foi 3 a 0 – brincou.

Ele disse que parte do movimento deve-se ao término de obras da
construção civil e parte pode ser atribuída à diminuição de contratações
no setor de serviços, em especial, de educação, por conta das férias
escolares.

– publicadas no Diário Catarinense